sexta-feira, dezembro 22, 2006

O mercado da Fé


No Brasil, as igrejas evangélicas esforçam-se muito para "vender" o evangelho, esquecendo-se muitas vezes de proclamar seus conteúdos. Alardeiam-se os benefícios da fé. Basta observar a enormidade de tempo gasto divulgando os horários dos cultos, a eficácia da oração, mostrando que aquela igreja é melhor que a sua mensagem é a mais forte pra resolver todos os problemas das pessoas. Aborda-se o evangelho como um produto eficaz e adota-se um mentalidade empresarial no seu anúncio. Prometem-se enormes possibilidade. Tratam as pessoas como clientes e, sem constrangimento, anuncia-se que qualquer um pode adquirir esse determinado benefício com um esforço mínimo. As igrejas se transforam em balcões de serviços religiosos ou supermecados da fé. A tendência de oferecer cultos diferenciados e as intermináveis campanhas de milagres demonstram bem esse espírito. Como um supermercado com as gôndolas recheadas de produtoas, as igrejas procuram incrementar os "serviços" ao gosto dos fregueses. Os pastores dividem os dias da semana com programações atrativas. Gastam suas energias desenvolvendo estratégias que atraiam o maior número de pessoas. Sonham com auditórios lotados. Campanhas, correntes e demonstrações grotescas de exorcismos e milagres financeiros sucedem. O povo, por sua vez, se achega, seduzido pelas promoções das prateleiras eclesiásticas.